10 de mai. de 2023

I Tucuju Literário do IFAP - Contos & Poemas

Em 2022, fiz parte do "1º Tucuju Literário do IFAP - Contos & Poemas", a primeira antologia literária do Instituto Federal do Amapá. Organizada por Luiz Ricardo Fernandes de Farias Aires, Benedita Machado Pureza e Flávia Karolina Lima Duarte Barbosa, a coletânea reúne 63 autoras e autores cantando encantos e contando causos do Amapá em 17 contos e 89 poemas. Publicada pela EDIFAP, fotografias de Aluízio Cardoso e Eude Rocha ilustram o livro.



Para download gratuito, clique na imagem acima.


Abaixo, eis os meus textos selecionados; em minha configuração original. Recomendo a leitura da obra completa para se ter uma boa viagem por terras tucujus!

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TUCUJURAS

Walkiria cantou-me escala
que louva auroras da orla.
Mitterrand fez-me (a)fluente.
De Portinari, discente.

Baluartes defendi.
Amazonas naveguei.
Cabralzinho convenci.
Tucumaque escalei.

Quando castiga secura,
igarapés aproveito.
Se mufino sobre leito,
Mestre Sacaca me cura.

Pirão com tamuatá,
camarão no tacacá;
quem desaprova pupunha
nem vale pó de farinha.

Vovó fundou Mazagão;
vovô vem d’Amapari
— reina miscigenação
do Oiapoque ao Jari.

Só lá no Curiaú
ato uma rede em preguiça,
curtindo a minha tiriça
com cachaça de jambu.

Bebi da chuva perene
a mui lavar Calçoene,
fiz um navio subir serra,
soltei cutia em Ferreira,

redescobri para mim
a ilha além de Santana,
transportei ao Piririm
tartaruguense banana.

Praguejei contra minérios
extraídos sem respeito
porque negaram direito
a solo, bichos e rios.

Honro meu Santo José
e Nossa Mãe Nazaré
para que nunca me falte
a vida boa do norte.

Quem, Amapá, não resiste
ao esplendor Cunani;
ao Marco Zero em riste;
de Porto ao abacaxi;

ao Marabaixo em tambor?
Pois aqui estou a rogar
que me aceite entoar
tais tucujuras de amor.

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APOTEOSE

Macapá me foi morada no aniversário de 265 anos da cidade. Em novembro de 2022, conheci, pela Internet, a inspiração tucuju de minha vida acadêmica. Após um webseminário acerca de reflexões sobre reproduções folclóricas do norte do Brasil, por conta de meu doutorado em semiótica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, deparei-me com Elcy Luzia Dojuara. Ícone literário e recém-formada em Letras pelo Instituto Federal do Amapá.
“Égua! Um do sudeste que não resume Norte a Boto!”, digitara a moça por e-mail.
“Confesso que já fui desses... Mas continuo desnorteado.”, repliquei intrigado.
Semanas de mensagens eletrônicas decorreram-se. Elcy revelara-se verdadeiramente apaixonada pela arte de sua terra. O fato me aprazia porque, àquela altura, eu já desejava, sim, com ela estar; e, ao mesmo tempo, aplicar meu pós-doutorado em identidade e ressignificação da literatura nortista brasileira do século XXI.
“Fala mais de você. O que faz de melhor no Macapá?”, eu enviava. “O correto é ‘em Macapá’. E, sem modéstia, faço o impossível por minha literatura.”, ela devolvia. Eu não poderia me negar: sucumbia ao poder e à paixão discursivos que emanavam de Elcy. Em fevereiro de 2023, não titubeei ao nosso último contato: “Vem pro meio do(s) mundo(s) pra ter um norte melhor. Vai saber me achar.”.
Deixei o Rio e cheguei à capital amapaense no exato dia 4 em festa. Maravilhado. Esperançoso. Nômade. Com medo; e vontade de ali me entregar a Elcy. Como Elcy. Ela, porém, sumira. Abandonara-me? Não compreendi. Houve um convite! E agora eu vagava só, domingo, confuso, até fruir de um movimentado bar de plural e liberta aura no bairro Santa Rita.
— Você conhece... Elcy Luzia? — perguntei à bartender que me servia caipiroska.
— Elcy? Biblioteca, mano. No centro. Novo na cidade?
Na segunda-feira, defronte à Biblioteca Pública Estadual Elcy Lacerda, exaltei deuses por tê-la assimilado. Minha Elcy era mesmo misteriosa e ímpar. Seu nome representava um dos maiores pilares culturais do Amapá — quão, por isso, agraciado eu estava! Mas... o que eu deveria fazer? Gritar por seu nome? Cumpri protocolos preventivos pela pandemia Covid-19 ainda vigente e adentrei o recinto. A intuição me fez visitar o primeiro ambiente aberto e vazio, Sala Circulante, de obras disponíveis para retirada. Talvez, enfim, encontrasse Elcy.
— Aqui trabalha Elcy? — assustei um idoso funcionário a roncar ao balcão.
— Veio pegar tua encomenda, né? Toma — o velho grunhiu com raiva e sono e levíssimo sotaque maranhense. Abriu uma gaveta e de lá tirou um livro. “Paisagem antiga” de Alcinéa Cavalcante. — Assina aqui. Dez dias pra devolver. Anda, meu filho, aqui!
Atônito, assinei lista de empréstimos e saí correndo da biblioteca direto ao hotel próximo, à orla, onde eu me acomodava. O que seria aquilo? Onde estaria Elcy? Nada entendi. O velho decerto a conhecia, pois despachou a mim sua “encomenda”. Tentei contatar Elcy através de mídias sociais. Nada. Real ela era, evidente. Possuía até Twitter, Instagram e blog literários. Mas nada. O que eu deveria fazer? Bom, ao menos eu possuía um livro em mãos. Absorvi a agradável Cavalcante em um dia. No seguinte, retornei à biblioteca.
— O senhor pode dizer para El-cy Lu-ziiiii-aaaaa Do-ju-aaa-raaaaa que eu estou aq...
— Té leso, é?! Fala direito! Espia, esqueceu esse papel aqui, toma — roufenhou o velho, retirando da contracapa um pequeno adesivo Post-it amarelo que eu não notara; escondido no fundo do pseudoenvelope à guisa de recipiente de canhotos-registros de empréstimos. Um bilhete em floreada caligrafia: Jardim clonal. Tua vez.
Só então entendi. Minha Elcy oferecia-me um jogo!
Saí da biblioteca com “Jardim clonal” de Alcy Araújo e “Sermão de mágoa” de Arthur Nery Marinho. Devorei-os num átimo. Antes de devolvê-los, escondi naquele fabuloso Alcy meu bilhete a sugeri-la o outro livro. Qual foi minha surpresa ao constatar, manhã seguinte, ao fim de Sermão, minha Elcy a me propor “Romance regional” de Algimiro Firmino Torres!
Assim correspondemo-nos por dias; às (entre)linhas de nossos cúmplices imortais. “No limiar da incredulidade”, de Alci Conceição de Jesus, levou-nos a “Família na sala”, de Almeida Júnior, que nos despiu as “Vestes da alma”, de Eliude Viana, e nos tornou “Abilash”, de Lulih Rojanski. Quando abusamos da dose, consumimos duma só golada “A margem esquerda do Amazonas” e “Pétalas sobre Macapá” de Amiraldo Bezerra; “Avis rara” e “Lírio metálico” de Armindo Sousa. Minha Elcy compartilhava comigo a posologia que compunha “O último sorriso” de Afrânio Borges de Freitas, o prazer de sermos “Adoradores do sol” de Fernando Canto e todas “As histórias de João Pescador” por Mauro Guilherme. Com ela, simulei ser ribeirinho sob o “Lume” de Rostan Martins; a correr campo sem fim, sem peso de sela pela imensidão do mundo como o “Cavalo selvagem” de Eliakin Rufino. Louvei o “Crepúsculo do rio” de Cléo Farias. Fui cafajeste lírico, à la Isnard Lima Filho, reproduzindo as lições de “Brilho de fogo” de Augusto Oliveira. Desvendei mais do jeito de ser do povo daqui com “As aventuras do professor Pierre na Terra Tucuju” de Maria Ester Pena Carvalho.
Março úmido terminou. Elcy nada respondia, exceto por nosso enlace de obras. Em suas redes virtuais, postava fotos dos livros que trocávamos. Por isso, no bilhete que depositei ao fim de “Destinado a mim”, de Izaias José Cruz Cunha, cujo poeta me foi despachante de cartas pra lembrar se nada acontecer, rabisquei nervoso: Permita-me ver-te e ter-te e ler-te para que nosso destino não seja esboço de uma paixão inominável de efêmera foz florescente.
Pesou-me, a réplica, como o derrubar desumano de uma sumaúma: Sobre o adeus de opostos existenciais — deságua-te em rio de lembranças.
Escorado à Fortaleza de São José, à direção do Parque do Forte, intuí nossa sorte antes mesmo do fim da leitura destes três livros; de Carla Nobre, de jovens membros do grupo Pena & Pergaminho e de Carlos Cordeiro Gomes, respectivamente.
Eu jamais teria Elcy só para mim. Tolo afobado fui ao não perceber que Elcy era, na verdade, a disseminadora das histórias de seu povo, como o fez Esmeraldina dos Santos; talhando histórias de amor e de fé; histórias de pássaro, de desamor, de um sino, de gatos pingados na contradança dos que lançam pérolas ao sol. Através de minha musa amapaense, já me bastava atravessar Pontes; prostar-me a Emanuel; transpor ilhargas com Cantuária; fazerme Paulo de Tarso em diálogo aos coríntios.
Elcy foi-me a janela que me mostrou o meio do mundo. Varal de recortes de poemas em murmúrios. Papo de boteco sobre contos estranhos. Coletânea de poesias na boca da noite e do rio de poetas na linha imaginária. Elcy me guiou à literatura tucuju sem que eu o tivesse percebido a tempo, feito pororoca ao que se não prevê ao certo sua natural fúria sem culpa.
Decidi deixar o Amapá por não poder nem (alvará) atrever-me a tomar só para mim o lugar de chuva de bênçãos literárias de Elcy. Entretanto, eu tinha de devolver as últimas estórias lecionadas. Daria tempo? A Catedral de São José já anunciava o início da noite macapaense. Eu ainda precisaria correr a um dos portos de Santana, município vizinho, para dali pegar navio de três dias a Belém. Arrisquei-me.
Nos portões fechados da biblioteca, choraminguei dissimuladamente à vigilante terceirizada em ronda para que esta me consentisse entrar e devolver os livros (“É rapidola, mana...! Quebra essa...!”). A porta da Sala Circulante estava entreaberta. Pela fresta, observei o rabugento funcionário idoso a organizar volumes para empréstimos enquanto assistia, resmungando baixo, a uma videoconferência de catedráticos sulistas refletindo sobre a poderosa imaterialidade dosladrões de Marabaixo compostos pela eterna Tia Zefa, pioneira do Laguinho.
Não contive o sorriso silencioso. Meneei a cabeça. Repousei nossas derradeiras testemunhas ao pé da porta. Antes de partir, veio-me súbita luz. Escondi o gito bilhete em uma das contracapas:

Salve deusa Elcy do Amapá,
guardiã dos imensos tesouros
que abriga seus filhos que escrevem
e acolhe leitores vindouros.

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COLO

Decrépita demais para quem lá ainda restava, a diminuta casa de madeira gasta situava-se à avenida Maria Quitéria, entre as ruas Santos Dumont e Barão de Mauá; limiar que confundia desavisados a mesclarem Santa Rita com Buritizal. Àquele perímetro, fazia-se lei a soturna quietude noturna, pois a vizinhança resumia-se ao prédio-sede do Centro de Ensino Profissionalizante do Amapá, à Escola Estadual Profa. Maria Carmelita do Carmo e ao silencioso domínio do Cemitério São José de Macapá.
No interior daquele antigo lar, como em todas as madrugadas, um garotinho retornou da rotineira paralisia do sono. Temeu dormir ali de novo. Levantou-se afoito. Correu ao quarto frio da mãe. Ela o abraçou até o seu adormecer. A mulher aninhou o pequeno em seus braços magros. Carregou-o de volta ao seu berço-cama.
Pela manhã, após acordar sozinha, com um pão e a mamadeira cheia de leite, a criança saltitou portão afora, atravessou a avenida e esgueirou-se por um pequeno buraco no muro branco à ala leste do terreno vizinho. Assim o fazia desde o seu segundo aniversário: em paz o filho toma café com a mãe — em frente a sua lápide

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O MITO DAS MULHERES-MIRITI

Em tempos antanhos, uma diminuta população Parikwene habitava os arredores da atualmente alcunhada Stonehenge do Brasil — o Parque Arqueológico do Solstício. Herança tupi milenar, os miritizeiros da região estendiam-se até o litoral do território, banhado pelo oceano Atlântico. Eram estas árvores a fonte do principal alimento desses Parikwene.
Ali, entre suas e seus, havia três mulheres-miriti. Avó, mãe e filha. Longos cabelos vermelhos, pele amarelo ocre, olhos cor de marfim. Àquele povo, personificavam o miriti como ato de bênção do uno divino por seu sustentável consumo do plano terrestre. A cada trinta invernos, nova criança nascia: filha tornava-se mãe; mãe assumia-se avó; avó de outrora morria.
Por três vezes seiscentos solstícios, sob a paz da natureza, viveram as mulheres-miriti, os Parikwene que preservavam as rochas tocadas por inteiro pelo sol a receberem os cíclicos ritos xamânicos em honra ao fruto de casca vermelha, carne amarela e branca semente.
No início e em meados do cristão século XX, a área já estava irreparavelmente invadida por homens que não compreendiam a essência da existência na (e da) terra. Exploravam o que denominaram ouro. Desmatavam para erguerem abrigos a que chamavam colônia. Assim foi fundado o município de Calçoene, a nordeste do, à época, Território Federal do Amapá, por lei humana datada de 22/12/1956; sob o solstício de inverno deste ano.

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A redivisão do município de Amapá, homônimo da hoje unidade federativa, culminou em Calçoene. Mas Nenê gostava mesmo quando tudo ali era vila, em 45, pois o nome de posse muito valia: as minas eram do Lourenço, a cachoeira era do Firmino. Ainda que jamais tivesse conhecido algum dos dois.
René Doré foi apelidado Nenê pelos barqueiros que transportavam insumo às minas extrativas do ouro local. Ai dele se soubessem que seu pai foi um filho de um primo de Tamba; para muitos, o verdadeiro primeiro guianense cobiçador do ouro do lado brasileiro. Bastava a Nenê prosseguir quieto como faiscador. Em Caiena, ele mal comia. Devia cunhar vida nova e apagar as memórias do país natal, Guiana vizinha mais ao norte. Se conseguira o impossível, atenuar o peso do francês crioulo, o resto seria apenas difícil.
Faiscação solitária de restos de ouro às margens era trabalho sem descanso ou lucro. O sol batia forte; nem sombra ao chão fazia. O aumento do controle e da disputa não lhe alegrava há anos. A região agora se apinhava não apenas de paraenses depois do papo de que a BR-156 chegaria em breve. Nenê não suportava ser contestado. Maldita lei de 56.
Aprendeu a explorar as águas de Calçoene, em busca da “mina do Nenê”. Numa noite de início de outubro de 88, após comemorar com antigos colegas de garimpo a elevação do Amapá a estado pelo advento da Constituição Federal, as naveganças de Nenê pelo igarapé Rêgo Grande finalmente fizeram-no encontrar seu tesouro ímpar.
Mesmo sob a falta de lua daquele dia 10, a figura selvagem era notável. Cabelos remetiam a fios de cobre; pele luzia feito ouro; olhos de leitosa opala brilhavam como os de felinos no escuro. A criatura esquisita era pequena. Filhote dalguma aberração da mata. Nenê perseguiu o monstro pela floresta calçoenense até um ambiente de enormes rochas pontiagudas, de três metros de altura, fincadas ao solo a apontarem ao céu. O homem golpeou o bicho. O suor e o choro do ser bizarro exalavam açucarados. De fato, um achado sem igual.
Nenê sufocou o animal estranho para fazê-lo interromper os guinchos de pavor. Ao longe, avistou indígenas correndo em sua direção, atraídos pelo barulho da cria, liderados por dois outros monstros também exóticos. Fugiu com o tesouro nos braços, retomando o igarapé.

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O sumiço da mais jovem das mulheres-miriti afetou a história daqueles Parikwene. A avó encerrou-se ao pranto demasiado e desgastante. Enquanto acordada, suas lágrimas eram tão abundantes que as demais gerações nascidas na aldeia passaram a chamá-la “avó da chuva”. Recolhiam seu choro para ofertá-lo ao rochoso templo de fé ao ciclo da natureza; à esperança de que ressurgiria a criança levada. Exausta, a avó evanescia ao leito por poucos sóis para depois, desperta, chorar com mais pesar.
A mãe fez-se dor errante. Andava por terras percorrendo sozinha a mata e as águas dos Parikwene e os caminhos e as colônias dos homens. Em seu espírito, sentia que devia recuperar a filha. Aquela aldeia não mais seria lar sem as mulheres-miriti. Os miritizeiros não nasceriam aos montes. Os solstícios de inverno transcorreriam, mas a filha não se tornaria mãe. A mãe não se assumiria avó. A avó não desfrutaria do destino de transformar-se em nova semente.

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Há quem diga sem querer crer que, à noite, uma alma vaga pelas rodovias do Amapá. Dois pontos de luz cristalina, como par de olhos de gato, a flutuarem no escuro de uma ponta à outra da BR-156 e da Perimetral Norte.
— Se tu diz que é amarelo e o olho clareou no farol... foi onça, mano.
— Não pode ser onça, mano! Onça não anda de dois!
— Mas então era amarelo tipo o quê? Tucupi? Taperebá?
— Miriti.
Outros, em Pracuúba, contam sem querer rever que, no rio Flexal, algo confunde quem por ali se banha de madrugada: mesmo quando é lua nova, às vezes dá pra avistar uma fogueira muito dourada acesa do nada e por ninguém e que surge ali e acolá e entra na mata sem queimá-la e some e surge de novo lá pela Região dos Lagos.
Um casal de comerciantes do fim da rua Teodoro Antônio Leal, em Calçoene, jura que dá, sim, para ouvir um inquietante som de lamento quando caem as chuvas intermitentes da cidade. Basta prestar atenção. Uma vez, o caçula, estudante do Curso Técnico em Logística, do Instituto Federal do Amapá, foi visitar os pais calçoenenses durante as férias do Campus Avançado Oiapoque. Levou consigo dois aparelhos registradores de amplitudes de ondas sonoras de baixíssima intensidade que comprara justamente para tirar logo a limpo essa história que crescera ouvindo sem querer ouvir. Antes orgulhosamente ateu, hoje o rapaz, toda vez que lá está, é voluntário na gestão administrativa da Paróquia Divino Espírito Santo e lidera a procissão do Círio de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do município — que ocorre a cada dezembro.