13 de ago. de 2016

Pequeno Sol


Bom dia, Pequeno Sol.
Alvoradas na janela leste,
recebo-te em vitória e gozo.
Sentado à varanda em neblina,
testemunho a personificação
que abraço para rotina.


Como justo nazireu,
somente um sorriso teu
guarda-me de males cinéreos,
rasga leões que me ruminam,
mata pecados filisteus que
minh’alma acossam.


Findo teu reino em luz,
crepúsculos à janela oeste
choro por perder-te em noites
e me deito feito feto ao leito,
lânguido e por ti oscilante.
Boa noite, Pequeno Sol.


Mergulhão

12 de ago. de 2016

Seres reles

Garoto-problema,
brinca no meu peito, eu admito
 passa a mão nos pelos, leva punhado
com coração.
Tira-me paz;
preciso mesmo de olheira.
(Sei que me dirão o te avisei.)
Deita comigo por lazer só.
Melhor me usar a crédito:
compro drama;
a vida anda comédia slow motion.
Assim te cato em valas
e te castro aos santos,
faço-te casto às putas
por seres meu,
eu ser teu,
pois te tenho
por me teres
como os reles seres
não alforriados do esclavagismo.
Inda que eu me enterre em mais cavernas
ou mergulhe de mais torre ismaliana,
restou senão sonhar-te; (usu)fruir o quê?
Garoto, meu problema...
bem que me disseram o te avisei.


Mergulhão

9 de ago. de 2016