Você
me carregava em asas porque eu era fraco
e
me fez ler muita graça no correr de cada dia
a
esperar um bem mais belo ao deitar de toda noite.
Mostrou-me,
doce e terna, que caminho bom é aquele
que
juntos ladrilhamos rumo ao nosso “para sempre”.
Anos
passam, outros passos eu aprendo ao seu lado:
soerguer-se
do tropeço que os alheios vis nos causam;
promover
a humanidade que os alheios bons precisam;
rir
cantando em honra à vida enquanto persistir o instante.
Anos
passam, o peso neles turva os olhos, seca a boca
e
apodera-se do corpo já fraterno da rotina.
Só
então concluo: é o medo de andar sozinho em frente
(ato,
este, irreparável; no entanto, necessário)
que
me faz, assim, pedir-lhe que descanse e nada mais
— sossegue, mas não busque o sono antigo de seus pais;
continue
a maravilha que é existir de amor e dá-lo;
eis
aqui o maior desejo deste seu pequeno filho.
Por
favor, eu clamo, mãe, perdure, sim, não durma agora.
Temos
chão a percorrer, pois portas nossas dão pra fora.
Só
por hoje e apenas hoje e amanhã brado de novo:
durma
agora, não, mamãe. Descanse, mas não durma agora.
Mergulhão
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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?