Toda
vez, eu, sozinho
no
lusco-fusco da consciência,
jogado
à janela dedilho fios de lembrança morta,
invisto
tempo à perda lenta deste
através
de poemas de amor de amigos
quase
em coro coroando-me à coita
— sem o saberem, creio eu; ou quero —
e repenso em ti.
Materializo
teu rosto pairado suave
a
heretizar os dogmas da física do universo,
ao
ascender a uma estrela já encarnada
a
me olhar de esguelha sem brilho
com
toda a carga do querer no viés do fim
desbotadamente
intravenoso
como
a não flor que brota de esgoto
nem
ousa sequer tentar sonho à Lótus.
Portanto,
eu, escoltado
pelos
demônios da aurora da demência
apego-me
sem prego em cruz,
travisto-me
do passo futuro
manuscrito mui lustros-luz ponta a ponta de meu destino
e em drama hedonista eu clamo Tânato a Leto
e
em trama egoísta eu dou insumo ao caos
porque repenso em ti
porque te atesto além da gravidade
do
desrespeitar das leis do coração do homem
tal
qual potestade que brinca com excesso de fé na beleza
de
quando a gente era pleno e somente nós
ao
que eu (antes tolo: nem pronome errava)
me
lanço cínico ao canto cinéreo do ciclo vazio,
me
sinto insensível ao soro dessa dor tão clínica,
me
odeio por ainda assim te amar de soslaio.
Mergulhão
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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?