2 de jun. de 2014

Perpétua dor

Vi-te andando pela lua
toda nua de segredos
ao surgir do alheio sol.
Cada passo que tu davas,
muita angústia te escorria.
Como o choro de um peixe
que se choca com cardume
que o arrasta para o cume
de um mar morto em extensão.

Então li que eras crua,
pois fizeste, dos teus medos,
colcha, pantufa e lençol.
Alimentavam-te larvas,
ordenhava-te sangria;
nos teus olhos, nem um feixe
do que antes era o lume
do motivo do ciúme
de qualquer constelação.

Quero que saibas ser tua
diária conta de meus dedos,
a lamúria em ré bemol,
possessão em virgens canvas,
oração e romaria
que mui fiz pra que te deixe
a tristeza que te assume
e mesmo sem fome ou gume
te lacera o coração.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?