29 de out. de 2013

Poetinha de merda

Vai tomar no cu,
poetinha de merda,
que rima amor com dor
sem ao menos conhecê-los.
Vivenciar é preciso – sim! –,
pois viver é precioso,
necessário e trabalhoso
e tão somente diante disso
não se finge por completo.
Amor e dor se compreendem
nem que seja em testemunho,
nem que seja em testamento,
nem que seja a contragosto,
nem que seja à contradança
dessa tua vida de merda,
poetinha só aos outros
tão à merda quanto tu:
poetinha para os inhos.
Vai tomar no cu
e vê se tira então daí
prazer, mesmice ou agonia
pelos quais a ti se possa
enfim bradar “eis um poeta”.
Não te engulo, poetinha,
até louvares todo o cru,
até cantares todo o mal,
até sangrares todo o bem
pelos teus poros ilesos
que perfazem o arredor.
Vai à merda, poetinha,
e saibas que um dia ainda
eu te compro como o adubo
dos antúrios da tua cova.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?