30 de out. de 2013

Quando a beleza acabar

Você diz que me acha bom.
Quem é você para ter juízo
mais valoroso que o caráter?
O que vai ser quando a beleza acabar?
Quando o que importar for a utilidade
de cada um pelo bem maior?
O que você fará com seus potes de reboco, Helena?
Você só é de mármore porque assim te moldam.
E eu tenho nojo dos que te alimentam.
Eles não são cegos.
Cegos compram óculos escuros e briga por direitos.
Os que te adoram são tolos.
Os que te idolatram são feios
 não a gorda sem roupas caras;
não o cafuçu narigudo;
não a velha que saúda suas rugas;
não o crespo com dentes tortos;
não o estrábico desengonçado.
Eles não.
Esses são os de carne.
Você é a borboleta que amassa outros casulos.
Cuidado, Helena:
mesmo o pavão perde a pena.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?