8 de ago. de 2014

Stardust

Desliga essa tevê.
As séries são as mesmas: muda-se apenas o mudo rosto branco bonitinho.
Veste tua skinny preta e a regata que deixa à mostra cada estêncil nos teus braços magros.
Posta que será o último nascer do sol sob o qual amor faremos.
Aposta que o amanhã talvez não mais acorde com tal nome.
Já temos fissuras por dentro, meu caro.
Finos como a lágrima difícil que alcança o queixo.
Tu sabes que o agora vale mais do que a espera, que atrasa ― eu falei.
Pega o Opala.
Tira esse grunge e põe Floyd.
Vamos bater nalguns muros hoje à noite.
No canto roubamos Marlboro e Bacardi.
Por que preservar nossos corpos se somos de estrelas só pó?
Toda vida é um contrato que se quebra unilateralmente.
Fica ao meu lado e eu te minto que não haverá falta a sentir.
Deixa as lembranças a quem insiste em ficar. E a sujeira. E os boletos.
Renega imortalidades; a agonia do titã é para sempre estar sozinho.
Toma o desejo do voo e vai reto.
Lembra que teu pai nos disse “you’re so sad...” e morreu?
Era sadistic; eu creio.
Façamos então sua vontade.


Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?