24 de set. de 2014

Anarco-íris

Não m’venhas com dor,
incolor,
pois entretons muito somos:
o verde que tu poluis
é o mesmo qu’em teus pulmões;
o negro que tu abnegas
luziu no olhar de tua mãe;
o branco que tu desdenhas
satura os ossos de todos.
Pena de ti,
incolor,
que não pincelas nem prismas,
não comoves ou temperas,
que mal espectra humano
e como um anarco-íris
teimas anular anil,
violentar violetas,
calar o jazz e o blues,
cortar laranja no pé;
coagular os vermelhos
dos cachos de Mary e Kika,
do botão da jeans florida,
de quando o sol já boceja.
Sai do teu quartzo
incolor;
respira o mundo à varanda
para que tu possas outro
 cuja paleta é sem cor 
arcoirizificar.


Mergulhão

Nenhum comentário:

Postar um comentário

– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?