18 de jun. de 2012

Do te ter e não

É tão simples sentir. Basta vontade. Assim me perco pensando em ti. Imagino teu rosto em minhas mãos. Manipulo tua boca. E te prendo contra mim; em mim; por mim. E te puxo pelo desejo em apelo por um beijo. Uso tua boca. Abuso, na verdade. Recíproco, porém. Há tentativa em fundir os corpos, que, no fim, só mais ardor causa. Vale a pena que é doar-se. Vale, sim. O único transtorno é a realidade. Pois por punção te quero. Mas com dor então em ti me permito pensar. Quem me dera eu pudesse te fazer crescer em nós. E te ajudar a abrir olhos não mundanos. E te lançar à infinda sorte do realmente ser. Eu te tomaria pelas asas. E alimentaria tua enfim reconhecida necessidade de mim. E me alimentaria da essência tua; agora minha; agora nossa! Mas me descubro apenas pensando em ti. Porque a vontade de sentir é simples. E me encerro ao canto do instante que existiu. E me calo para não mais acordar os passarinhos.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?