4 de jan. de 2013

Criança terrível

Não aborte a criança terrível
que avança a guarda e febre causa,
cuja ideia por fim só lhe mate
por não querer ser mero vil canônico
nem saber travestir-se em fios d’ouro.
Prefira o deuterortodoxo
(vulgo: o pus no social)
ao burguês mui fidalgo do frívolo:
vara humana da vida então fútil.
Conceba o pequeno inquieto,
dê voz ao rebento que inflama
com brado a incendiar velho feudo.
Não aborte a criança terrível,
tola e fria e improfícua Pátria,
cuja ideia só sua carne mata.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?