que
ontem o caçador
hoje
é manhosa caça
porque
se permitiu.
Às
vezes é sadio
sentir
que é vez do alguém
roer-se
de paixão,
bater
cabeça em mesa,
doar-se
como Werther,
salvar-se
feito Ismália,
imaginar
duendes.
Qual
mais gozo haveria
se
mel platonicista
fosse
só de uma abelha?
Quando
se caça apenas,
do
amor logo descrê,
o
caçador falido.
Mas
Eros é mais sádico:
assim
coração-caça
incorpora
o coitado
a
travestir-se alvo
a
ficar esperando
— boate, esquina e bar —
o
tiro então certeiro.
Vai
lá, coração, caça,
qu’eu
já tô cá quietinho,
exato
no rebote.
P.s.,
meu querido:
também
sei atirar.
(E
só mais um p.s.:
atiro
em coração.)
Mergulhão
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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?