29 de jan. de 2014

Arlinda

Venhe e seje minha macaquinha!
Arranha tua unha na minha costa
pra mim guardar tua marca de tuíra.
Me sorre aquele riso sem três dente
e beija sem a escova da manhã.
Deliro quando deita toda nua
no pátio ou lá na área da cozinha
preu apalpar teu bucho de cerveja
e brincar de pinçar teu bico esquerdo,
que é mais tortinho e preto que o direito.
E quando teu olhar me segue a esmo,
não sei se por sonhar ou por ser vesga?!
Tu é o meu quintal de paraíso,
mais bela e deusa que Circe e Medusa!
Com quem mais cataria cravo e lêndea?
Quem mais aceitaria meus seis filho?
Quem mais disputaria peido em rede?
E quando toma banho em caixa d’água
lavando tuas calcinha com meu lenço?!
Já disse que te adoro bem loirinha
doirando pêlo à laje da vizinha?
Me deixa eu se perder no teu cabelo
do suvaco, do umbigo até a virilha.
Mas somente uma súplica que faço,
pois nem com essa Cão Tinhoso pode:
uma coisa é roçar monocelha,
outra coisa é nós dois de bigode.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?