16 de abr. de 2013

À la Ícaro

Hoje eu abracei um homem alto, altíssimo.
Se eu era alto, ele voava;
era nuvem de meu eu-formiga.
Foi bom; braços desengonçados, mas bom.
Vi muito lá de cima
e não tive medo de com ele fluir:
um abraço de três pares de asa.
Tentei pender em seu pescoço,
mas assim eu nos tombaria;
então restou-me o enlace de seus ombros,
o que já era bom e alto; altíssimo.
Até que o laço findou e por terra caí;
eu não mais era mais alto.
Ele pousou a mão no meu rosto e sorriu.
 Adeus, pequeno  imaginei ter-me dito.
Já me bastou.
Belo voo, altíssimo.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?