25 de dez. de 2013

Hoje a saudade me surrou

Cheirei teu livro cor de pergaminho;
o anverso tatuado por tua letra.
Abracei tua camisa brega
já bêbada por tanto perfume teu
que lá entorno para o vidro não murchar.
O disco ficou rouco.
Jamais guardei a outra taça.
Duas escovas ainda se namoram à pia.
Imprimo a mesma foto
toda sexta às três da noite;
não há mais parede-porta-retrato.
Teu sapato esquerdo jaz imóvel no tapete;
o direito escapou pela janela
no dia em que explodi falsetes.
Faço aquela broa rotineiramente,
aquela do teu gosto com café
 e olha que eu nem como broa, sabia?
Sabia, claro: sou transparente.
Ao menos o fui até pintar-me opaco
ao te ver partir-se em mil buracos
quando voaste porta afora mundo adentro.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?