16 de dez. de 2013

Perdão, seu padre

Perdão, seu padre I

Pois anjo de luz eu me faço
e serpentes eu caço ao meu
bel prazer.

Perdão, seu padre II

Se tento manter a pureza da frente
teimando, herege, no (b)ônus
detrás.

Perdão, seu padre III

Se honro fazer-me bendito fruto
e, logo, a todos, eu dou
de comer.

Perdão, seu padre IV

Juro celibato
e germino sementes em virgens
ventres.

Perdão, seu padre V

Se teimo buscar a verdade,
mas iniquidade me dá mais
lazer.

Perdão, seu padre VI

Se língua de anjo abomino,
mas mui dissemino a do
abandonado.

Perdão, seu padre VII

Se em últimas jantas eu me permito
beber sangue-vinho
até emborcar.

Perdão, seu padre VIII

Aprendi desde a materna teta
o sacro-ofício de filho
de puta.

Mergulhão

Nenhum comentário:

Postar um comentário

– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?