cansado
de uma cama inteira
cansado de só um à mesa
vida dividir sozinho
horas passar sozinho
à varanda vendo cair chuva
e ter de se aquecer com calor próprio
cansado de esperar não se sabe em vão
cansado de inventar delírio
vinho beber sozinho
fim de tarde ver sozinho
contemplando o sol se pôr
e novamente aqui ficando
cansado de só um à mesa
vida dividir sozinho
horas passar sozinho
à varanda vendo cair chuva
e ter de se aquecer com calor próprio
cansado de esperar não se sabe em vão
cansado de inventar delírio
vinho beber sozinho
fim de tarde ver sozinho
contemplando o sol se pôr
e novamente aqui ficando
cansado
de aceitar-me assim
cansado da demora em crer
planos fazer sozinho
silêncio absorver sozinho
abraços de desconhecidos
afagos de consolação
cansado de buscar porquê
cansado de fingir viver
amar Lua sozinho
à noite fria sozinho
só os livros mudam à cabeceira
o mesmo sorriso no espelho
cansado da demora em crer
planos fazer sozinho
silêncio absorver sozinho
abraços de desconhecidos
afagos de consolação
cansado de buscar porquê
cansado de fingir viver
amar Lua sozinho
à noite fria sozinho
só os livros mudam à cabeceira
o mesmo sorriso no espelho
Mergulhão
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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?