16 de dez. de 2013

na imensidão de um só

cansado de uma cama inteira
cansado de só um à mesa
vida dividir sozinho
horas passar sozinho
à varanda vendo cair chuva
e ter de se aquecer com calor próprio

cansado de esperar não se sabe em vão
cansado de inventar delírio
vinho beber sozinho
fim de tarde ver sozinho
contemplando o sol se pôr
e novamente aqui ficando

cansado de aceitar-me assim
cansado da demora em crer
planos fazer sozinho
silêncio absorver sozinho
abraços de desconhecidos
afagos de consolação

cansado de buscar porquê
cansado de fingir viver
amar Lua sozinho
à noite fria sozinho
só os livros mudam à cabeceira
o mesmo sorriso no espelho

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?