Deleite-se em mim, ó pequeno anjo,
e me encha de graça, glória e luz.
Faça-me teu sacro-humano em cruz,
dê mais razão ao que sinto e vejo.
Guie-me sob seus pares d’asa:
quero imperar sobre o rasgar do véu
e compreender, de submundo a céu,
benção que alma pífia realiza.
Preencha-me em fé, cobiçado anjo.
Conceda-me, do fruto, o tão bendito,
pois o que até hoje me é escrito
não passa de chaga e condenado beijo.
Dispenso barroco de perfeita face;
basta que, em vida, seja onipresente,
que em meu imo reine então semente
do complementar de mais doce enlace.
Converta-me à paz, alvo e puro anjo.
Cesse em meu ser dominante dor.
Eu te aceito como o salvador
da sina de desamor que fujo.
Mergulhão
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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?