1 de nov. de 2012

Bendito

Deleite-se em mim, ó pequeno anjo,
e me encha de graça, glória e luz.
Faça-me teu sacro-humano em cruz,
dê mais razão ao que sinto e vejo.

Guie-me sob seus pares d’asa:
quero imperar sobre o rasgar do véu
e compreender, de submundo a céu,
benção que alma pífia realiza.

Preencha-me em fé, cobiçado anjo.
Conceda-me, do fruto, o tão bendito,
pois o que até hoje me é escrito
não passa de chaga e condenado beijo.

Dispenso barroco de perfeita face;
basta que, em vida, seja onipresente,
que em meu imo reine então semente
do complementar de mais doce enlace.

Converta-me à paz, alvo e puro anjo.
Cesse em meu ser dominante dor.
Eu te aceito como o salvador
da sina de desamor que fujo.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?