28 de nov. de 2012

Trovas modernas

Um longo sofrer d’amor
e paixões d’almas provincianas,
coitas de mui clamor
à luz d’estrelas urbanas
em ponto algum se diferem
quando o que em jogo é suspiro
posto entre dois que querem
ser mais qu’amigo ao outro.

Ora, tal dor qu’atravessa
ondas de longes mares,
qu’inibe voo de atíria e vanessa
sobre alvas flores;
ora, dor que seca erva daninha,
qu’atinge até quem já morreu,
não deixa que sejas senhora minha,
nem qu’eu me faça senhor teu.

Maldita cousa inventaram,
esse troço qu’é o amor!
São poucos insanos qu’entram
por essa porta d’ardor?
Maldita és tu, mau sou eu
por não termos sido apenas amigos...
Suicídio qu’enfim se deu:
coita da falta d’amor e d’afagos.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?