9 de nov. de 2012

Renasço

Meu corpo anseia planar sobretudo,
pairar em desmovimentos, largar uniformes.
Preciso é navegar à deriva.
Cobiço mesmo cruzar a Paulista,
nu,
asas abertas, órbitas errantes,
até ser içado do nada,
num horizontal flutuar.
Meu corpo quer ser desvestido de todos os pelos;
e porquês e por quem e por quanto.
Desejo gritar sem motivo, só voz,
como o rebento de um parto querido.
Pois assim mais que gozo: eu rio,
maresio e derivo afluente de mangues de vida.
Pois assim mais que sou: eu crio,
brincando de cura da aberta ferida.
Só assim mais que faço
 renasço.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?