1 de nov. de 2012

Morramos

A cada vez que juntos ficamos,
morro um pouco.
Não sangro, não grito, não choro;
apenas morro.
Mas gosto de ao seu lado estar
mesmo morrendo
porque só assim sou completo.
Morro mais na despedida,
que não aceito,
quando simples aceno nos é dado;
é-me dado.
Dou-te.
Então caio triste,
sem gesto ou palavra,
apenas fraco adeus,
às vezes até;
às vezes nem isso.
E, depois do último toque
como que proposital,
começa o vazio.
Vaga o pensamento de uma outra vez.
Assim espero sangrando,
às paredes grito
e ao choro me entrego.
Morramos,
se for este o único jeito de sermos:
morramos.

Mergulhão

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– – – – – – – – – – – – – – – – – – o que viu nessa estrada?